Mapeamento de modos de pensar o conceito de calor em contextos diversos.

Abstract

Este trabalho investiga a utilização de modos de pensar sobre o conceito de calor em três comunidades de prática: agricultores, microempresários, profissionais da área de educação e no meio acadêmico. Esta pesquisa tem a finalidade de contribuir para o desenvolvimento dos estudos sobre perfis conceituais, ao investigar a utilização de um conceito nos setores acadêmicos e do cotidiano, voltando-se para os contextos nos quais as comunidades de prática e os discentes utilizam determinados significados consolidados e com objetivo de identificar os modos de pensar o conceito de calor em contextos acadêmicos e do senso comum. Foi investigado o uso de diferentes formas de falar, associadas aos diferentes modos de pensar que caracterizam as zonas desse perfil conceitual de calor relacionados aos gêneros discursivos. A utilização do conceito de calor pelas comunidades profissionais da área de educação, microempresários e agricultores contempla conceitos alternativos de calor como sensação térmica, como temperatura e como substância. Já no meio acadêmico, os modos de falar sobre calor são consolidados pela ciência. Para obtenção dos dados deste trabalho, foi realizada uma entrevista semiestrutura com as três comunidades de prática e foi aplicado um questionário aos discentes do 5° período do curso de Química-Licenciatura na Universidade Federal de Pernambuco, Campus Agreste, onde foi observado, analisado e relacionado os modos de pensar as formas de falar do conceito de calor no senso comum e acadêmico, através das cinco zonas do perfil conceitual de calor e dos gêneros discursivos. Os resultados demonstram que pode haver diferentes significados que são estabilizados para um mesmo conceito, quando este é colocado em uso por diferentes comunidades e pelo meio acadêmico. Logo, a utilização de um perfil conceitual leva em consideração que um ou mais modos de pensar, compatíveis ou não com o conceito científico, estarão presentes no uso do conceito pelo indivíduo. Cada zona do perfil corresponde a uma forma de pensar e falar sobre questões enfrentadas em situações práticas pelas comunidades e pelos discentes. Neste contexto, a aprendizagem de um único conceito precisa ser dinâmica, reflexiva e não como um produto pronto e acabado.